segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"O Brasil não é a lata de lixo do mundo"

Devido ao mau tempo, o embarque do lixo doméstico previsto para o último sábado ocorreu apenas nesta segunda-feira. A carga partiu do porto do Rio Grande em direção ao posto de Felixstowe, na Inglaterra.
A operação de embarque foi acompanhada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que esteve em solo gaúcho especialmente para o acontecimento, a fim de garantir a devolução do lixo doméstico enviado pela Inglaterra. Na ocasião, disse que o Brasil não é a lata de lixo do planeta, e que não admitirá novamente o recebimento de contêineres contendo lixo doméstico de outros países. De Rio Grande, foram devolvidos à Europa 40 contêineres contendo 740 toneladas de lixo doméstico. A operação aconteceu no Terminal de Contêineres (Tecon) do Rio Grande. O navio MSC Oriane, de bandeira panamenha, transportará a carga de volta para o porto de Felixstowe.
Ainda no Tecon, Minc reuniu-se com representantes do porto, do Estado e de órgãos de fiscalização e proteção ambiental, quando falou sobre a reunião marcada para esta terça-feira, 4, em Brasília, com a direção dos ministérios do Meio Ambiente, da Justiça e da Defesa, além da Secretaria dos Portos, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Rodoviária Federal, Anvisa e Receita Federal. O ministro afirmou que a reunião na Capital Federal tem como objetivo identificar e superar as vulnerabilidades para que problemas como este não volte a acontecer.
Segundo Carlos Minc, o próximo passo será analisar o passivo ambiental e observar o que entrou no país, o que já foi queimado e/ou enterrado. O ministro garantiu ainda que o Brasil já entrou com uma representação contra a Inglaterra na Convenção de Basileia.
Antes de seguir para a Europa, o navio MSC Oriane fará escala no Porto de Santos onde deverá embarcar outros 41 contêineres com lixo inglês. A previsão é de que a embarcação chegue a Felixstowe entre os dias 20 e 21 deste mês.
Após o envio dessa carga, uma nova operação acontecerá no porto rio-grandino para embarcar as 150 toneladas de lixo que estão na Estação Aduaneira de Caxias do Sul. A carga aguarda a chegada de oito contêineres para ser novamente estufada (carregada) para posteriormente ser exportada. Ao todo, o Brasil recebeu 89 contêineres com lixo inglês, aproximadamente 1,7 mil toneladas, que foram importadas como polímeros de etileno para reciclagem. Através de denúncia anônima, a Receita Federal descobriu que as cargas eram na verdade lixo tóxico e doméstico. No momento em que a carga foi descoberta, as cinco empresas envolvidas, no Rio Grande do Sul, foram multadas em R$ 408,8 mil cada.