quarta-feira, 6 de maio de 2009

Governo do Estado deixa educação no buraco

A Escola Estadual Carlos Loréa Pinto é uma das mais tradicionais de Rio Grande. A instituição de ensino atende quase 1,5 mil alunos de regiões consideradas carentes da cidade, entre elas as dos bairros Arnaldo Quessada (Cohab 4), Cidade de Águeda, Santa Rosa e Castelo Branco. Além dos problemas enfrentados no dia-a-dia por centenas de crianças e adolescentes, quando estão expostos ao crime e ao consumo de drogas, os alunos precisam ainda driblar a falta de infraestrutura em seu colégio.
Isso porque as seis salas de aula situadas no pavilhão da Loréa Pinto encontram-se em frangalhos. O piso em madeira está podre e os reparos providenciados pela diretoria da instituição já não são mais suficientes. Em todas as salas de aula pode ser notada a existência de dezenas de buracos, de diversos tamanhos, colocando em risco a integridade física tanto de alunos quanto de professores. E foi exatamente isso que ocorreu durante o turno da noite do último no dia 30: um professor caiu em um buraco enquanto dava aula. Ele estava lecionando quando parte do piso de uma das salas cedeu, machucando sua perna. Com isso, o espaço foi interditado e o educador afastado por licença médica.
Ora, o que podemos notar é que este déficit zero tão enaltecido pelo atual governo do estado tem seu preço. A governadora Yeda Crusius orgulha-se do seu feito, porém não revela os métodos utilizados para alcançar tal proeza. Podemos, assim, afirmar que áreas básicas como saúde e educação estão sendo sacrificadas. A falta de professores já é um problema, assim como a necessidade de infraestrutura digna aos alunos e seus educadores.
No entanto, a governadora parece estar mais interessada em manter-se na mídica pela sua "conquista econômica" do que pelos seus atos e ações em prol da comunidade gaúcha. Rio Grande já está sendo vítima da falta de investimentos em educação. Com o caso da Escola Loréa Pinto, perdeu um professor por determinado tempo e ainda uma sala de aula. Na tentativa de amenizar o problema, a diretoria da instituição de ensino precisou remanejar os alunos desta sala (utilizada em três turnos) para a biblioteca e os laboratórios de Ciências e Informática.
Este é o novo jeito de governar. Sacrificando a comunidade escolar em prol de ações que só repercutem entre os órgãos de imprensa ligados à administração estadual, objetivando disfarçar os tantos problemas e denúncias de fraudes apontadas para o Palácio Piratini. Enquanto isso, salas de aula apodrecem e alunos e professores precisam driblar buracos para terem aulas.