quinta-feira, 12 de março de 2009

Rio Grande, (d)a Noiva do Mar

É lastimável que alguns vereadores de Rio Grande não defendam o direito de quase 200 mil moradores por causa de uma empresa de transporte coletivo. O poder desta empresa sob a atual administração municipal é considerável ao ponto de fazer com que os vereadores eleitos esqueçam do propósito para o qual foram escolhidos: representar e lutar pelos direitos e necessidades da maioria. A comunidade deve vir em primeiro lugar e e não poucos empresários os quais possuem quase que a totalidade dos percursos do transporte coletivo na cidade. Com o monopólio, a empresa vai ficando cada vez mais forte e capaz de ditar regras como a abordada pelo programa Sintonia de hoje. Não é possível que o desconforto dos usuários seja mais relevante que a lucratividade. Mas não são só os vereadores meros cúmplices dessa história. Cabe à Prefeitura Municipal fiscalizar. No entanto, o Poder Executivo fica em uma posição confortável no momento em que os vereadores não deixam passar leis como a proposta por Repolhinho, a qual visa a colocação de simples cortinas nas janelas dos ônibus, inibindo problemas de saúde como o câncer de pele. De que adianta demagogias políticas, como a aprovação unânime da criação da semana municipal do combate ao câncer de pele, se na hora de colocar ações em prática essas são vetadas pelos parlamentares. Nas últimas eleições, a comunidade rio-grandina mudou boa parte das cadeiras do Legislativo. Isso demonstra que os moradores da cidade estão dispostos a mudar, pois precisam de propostas que os auxiliem de fato o seu cotidiano. O projeto-de-lei que exige a colocação das cortinas havia recebido o aval do número necessário de vereadores para que fosse aprovado. Entretanto, três parlamentares da bancada de apoio ao governo municipal voltaram atrás. Esperamos que a Câmara Municipal consiga reverter este quadro, a fim de que os usuários do transporte coletivo sejam beneficiados. Este assunto sempre foi um dos mais polêmicos na cidade justamente por isso: a empresa não aceita mudanças que não tragam lucro à ela. No entanto, a comunidade deve lembrar que a empresa possui apenas uma concessão de um serviço que deve ser realizado com qualidade e fiscalizado pela Prefeitura. A comunidade já demonstrou o desejo por mudanças ao eleger um percentual significativo de novos vereadores ao Legislativo. E espera que estes não os decepcionem e lutem pelas suas necessidades. Tá na hora de colocar em prática o prometido durante a campanha eleitoral...