sábado, 18 de abril de 2009

SAÚDE: é preciso agir para melhorar

O agente de saúde desempenha um papel fundamental entre as famílias, principalmente, de baixa renda de um município. É através dele que muitas pessoas ficam sabendo quando os médicos se encontram nas unidades básicas de Saúde, ou quando serão atendidos por especialistas. Também cabe a ele, monitorar o crescimento dos bebês e crianças de uma cidade. O agente de saúde é o elo entre a comunidade e os demais profissionais do serviço público de saúde. Isso porque alguns moradores dos bairros têm dificuldade em chegar até o pronto-socorro do hospital. Assim, a prevenção se faz mais do que importante, se faz necessária. O contato direto entre o agente e o paciente, oportuniza um acompanhamento mais específico, facilitando o compreendimento do problema por parte do médico.Entretanto, esse profissional nem sempre é valorizado.
Em Rio Grande, por exemplo, os cerca de 150 servidores precisam enfrentar, diariamente, diversos problemas que refletem no atendimento ao paciente rio-grandino. A falta de investimento em materiais e equipamentos - desde os mais simples como a bolsa para carregar informativos, os uniformes e até as balanças para pesagem - desanimam os agentes de saúde, os quais já contam com um salário que, segundo eles, não garante o sustento da família do servidor municipal.
Em assembleia geral na semana passada, a categoria optou por decretar greve a partir da próxima quarta-feira, 22, pois algumas reivindicações dos agentes ainda não foram atendidas pela Prefeitura Municipal. Entre as solicitações, estão o pagamento de insalubridade, gratificação, e investimentos em estrutura. De acordo com os agentes, o governo federal repassa mensalmente mais de R$ 500, referente a cada agente. "A contrapartida do Executivo não pode ser a contratação do agente, mas o investimento em estrutura para atender as necessidades da comunidade", argumentam os grevistas, que requerem parte do recurso federal.Atualmente, Rio Grande possui 164 agentes de saúde que trabalham em diversos bairros da cidade. Diariamente, atendem milhares de famílias, prestando esclarecimentos sobre doenças que nem sempre são consideradas pelos cidadãos. É através da prevenção e promoção à saúde, que os agentes prestam informações e esclarecem os pacientes, evitando possíveis doenças. Além disso, os auxiliam no confrontamento de diagnósticos como a hipertensão, doenças mentais e dependência química. O agente de saúde auxilia ainda no monitoramento das famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. "A partir dessa semana, os agentes irão visitar os moradores para explicar as causas da paralisação", fala o agente Alan Xavier. Ele ressalta a necessidade de os moradores dos bairros estarem atentos para possíveis mudanças no atendimento à saúde. "Muitos agentes informam sobre a marcação de consultas, indo à casa dos pacientes, pois nem todas as famílias têm telefone. Além disso, a comunidade deve estar atenta às datas de pesagem das crianças cadastradas pelo governo federal", declara.
Na última segunda-feira, 13, cerca de 100 agentes de saúde paralisaram por 24 horas, quando promoveram uma passeata no centro da cidade, até a Prefeitura Municipal. Eles reivindicam melhores condições salariais e de trabalho. O Executivo pagou a diferença referente ao salário mínimo, dívida que havia vencido no último dia 9. Mesmo com o pagamento, os agentes vão paralisar pois reclamam ainda a falta de transporte, equipamentos, uniforme, além de pagamento de insalubridade e gratificação.