quarta-feira, 1 de abril de 2009

Brasil propõe cláusula social no G-20

O Brasil mais uma vez é propositivo no campo das Relações Internacionais. Por determinação do Presidente Lula, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, propôs neste primeiro dia de abril incluir a seguinte diretriz no documento conclusivo do encontro em Roma de ministros do Trabalho do G-8 ampliado: “os investimentos públicos devem se atrelar à manutenção e à geração de empregos”.
O texto de conclusão será encaminhado à reunião do G-20, em Londres, a partir de quinta-feira (2), que contará com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva.O Brasil, representado pelo ministro Carlos Lupi, participa como convidado do encontro do G-8 ampliado, que reúne o bloco dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia. Além do Brasil, são países covidados a África do Sul, Índia, China, México e Egito. “É importante aplicar a contrapartida social de garantia do emprego para evitar um colapso maior com a crise internacional. Não adianta governos de todo mundo injetarem bilhões de dólares na economia e os empresários, que se beneficiam destes financiamentos, continuem demitindo.
O Brasil prorrogou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)esta semana. O ministro falou ainda do acordo inédito firmado entre a pasta brasileira e as concessionárias de carros usados para a não-demissão de seu quadro.Essa mesma diretriz foi aprovada em janeiro, no Chile, num encontro promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) dos ministros do Trabalho do Brasil, México, Argentina, Uruguai e Chile. Acredito ser esta uma das melhores medidas para evitar que a crise atinja ainda mais os países em desenvolvimento.
Segundo o ministro, seria importante que os países que integram o G-8 pensem em medidas voltadas a ajudar os trabalhadores, e não apenas socorrer o mercado financeiro. Lupi enumerou as medidas tomadas para incentivar a economia brasileira, como a redução do IPI para automóveis. “Deu tão certo que as vendas nos dois primeiros meses de 2009 foram maiores que em 2008, quando não havia crise, e o governo decidiu estender o benefício”, conta. Entre outras medidas, ele citou também que o FGTS liberou mais de R$ 10 bilhões para obras de infraestrutura e aprovou o aumento em duas parcelas do seguro-desemprego para os setores mais atingidos; e o Fundo de Amparo ao Trabalhador está oferecendo R$ 23 bilhões para financiar habitação popular, com subsidio e crédito a juro baixo. FMI - Durante o encontro do G-8, o ministro Carlos Lupi sugeriu ao diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Jonh Lipsky, que pense em incluir a exigência de investimento na qualificação profissional nos contratos com os países que contraem empréstimos. O Brasil acredita que os países em desenvolvimento não precisam apenas de dinheiro, mas de mão-de-obra qualificada para impulsionar suas economias. Jonh Lipsky ficou de levar a reunião do Fundo a questão sugerida pelo Brasil.