quinta-feira, 11 de junho de 2009

O Futuro do Jockey de Rio Grande

Durante mais de uma década, o antigo Jockey Club de Rio Grande permaneceu à mercê de investimentos, recuperação, sendo usado para o consumo de drogas e servindo de local para pichações. A antigo Jockey, um dos mais movimentados e frequentados pelos apostadores e corredores da região sul, ainda guarda um pouco dos ares de sua época de ouro, através de poucos proprietários de animais que garantem o sustento de antigos funcionários.
Entre as cocheiras, também é possível encontrar famílias que há muitos anos transformaram o espaço construído para acomodar os cavalos em seus lares, e não têm outro lugar para ir.
Já a pista continua sendo utilizada por jóqueis da cidade, os quais competem em prêmios em outras cidades como o Princesa do Sul, na vizinha Pelotas. Mas o que mais chama a atenção entre tantas histórias ofuscadas por apenas ruínas de um antigo hipódromo é o fato de que o local agora está perto de ter uma destinação. Isso porque o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, através da 1ª Promotoria de Justiça Especializada do Rio Grande, o Município do Rio Grande e a empresa Navarini Engenharia e Construção Ltda., firmaram no final do mês passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) visando regular a utilização da área do antigo Jockey Club do Rio Grande. De acordo com o blog da promotoria(http://materiaespecializada.blogspot.com/), os acordantes reconheceram que a importância histórica do imóvel se limita às edificações existentes (tribuna, "paddock" e "photochart"), as quais deverão ser restauradas pela Navarini num prazo de cinco anos, contados da aprovação do projeto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande.
O ajustamento define as obrigações da empresa e do Município quanto às questões de desmembramento da área, destinação de área funcional e alteração do regime urbanístico de modo a possibilitar a construção de conjuntos habitacionais no local.O restante da área será oteado a fim de construir apartamentos populares através do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. O déficit habitacional em Rio Grande é considerável, e a área em questão oportuniza a construção de centenas de unidades habitacionais. Entretanto, os movimentos populares devem acompanhar o processo, visando a garantir cidadania àqueles que até hoje permaneceram à sombra do Jockey. Mesmo sendo uma propriedade privada, o Município, através de sua administração, é responsável pela utilização do espaço, e qualquer empreendimento no local deve receber sua autorização.